sábado, 5 de setembro de 2009

O som do coração

 
O som é a origem da forma, toda forma ou substância tem seu próprio som. Ter a capacidade de entrar em contato com isto, mesmo que de forma inconsciente, através da inspiração e sensibilidade é um talento, um dom musical. Muitas pessoas tem este dom, em suas diversas intensidades e fluidez.

Mas ter a capacidade de sentir e ouvir o som original de toda forma e harmonizá-las em uma expressão musical é com certeza estar o próprio ser mais perto da divindade. É estar em tão íntimo contato com a criação e em comunhão com o criador que flui para a realidade como talento. É a sublimação do dom musical humano de criar. Talvez August Rush expresse com mais clareza o talento de muitos mestres da música que deixaram seu legado e talvez também de alguns que existem em nossa época.

Observe algumas frases presentes no filme:

Freddie Highmore - Evan Taylort [August Rush]:

- Ouça! Consegue ouvir?

- A música?

- Eu consigo ouví-la em qualquer lugar...

- No vento... No ar... Na luz... Está ao nosso redor...

- Agente precisa se abrir... Agente só... Precisa ouvir.

Ele seguiu a música com o único objetivo de encontrar seus pais e criou através da música toda sua história, toda sua busca por eles, todo seu desejo de encontrá-los, todo seu amor, as notas chaves que os atrairiam. Pois tudo que ele sentia através dos sons, e já pressentia que eles existiam e que sua relação era de puro amor.

Robin Williams - "Wizard" [Mago]:

Você sabe o que é música?...

É um lembrete de Deus de que tem alguma além de nós no universo... Ligação harmônica entre todos os seres vivos, em todo lugar... Até nas estrelas.

Sabe o que tem lá fora?

Uma série de tons maiores... É um arranjo da natureza governada pelas leis da física, do universo inteiro... Som harmônico, energia pra estar de acordo...

Esta personagem representa o materialismo do dom musical , a perda de conexão da alma com o universo. Ele tem todas as percepções latentes que Evan tem, ele percebe isto no universo, porém perdeu sua ligação interna consigo mesmo, com a música, com Deus. Ele ama a música, mas perdeu seu amor próprio ao transformar a música em um meio de sobrevivência que parasita o talento dos outros. Ele percebe a sinfonia do universo, porém sua nota chave está destoando desta comunhão, ele perdeu sua conexão com sua própria alma. Enquanto que August Rush participa desta comunhão e a compartilha com todos através de seu dom, por que sua nota chave é uníssona com o universo e ele a expressa através do som do coração, o amor.

A maioria de nós é como o “Mago”, mas podemos ser como August Rush. Muito provavelmente não nos tornaríamos todos compositores, pois cada um tem seu talento latente e talvez ainda não descoberto, mas as possibilidades, quando se sabe que é o responsável pela realidade que nos cerca, é infinita e ilimitada.

Escolha suas músicas, escolha seus pensamentos, escolha suas palavras, seja o regente de sua vida.

Pois tão importante quanto buscar respostas sobre nossa origem e a do universo é buscar maneiras de viver melhor agora.

Este texto foi inspirado em uma discussão na comunidade Caminho Espiritual, onde alguns membros trouxeram suas contribuições de textos como de Gil Mahadeva, de fontes de conhecimentos sobre Física Quântica, de fontes de suas crenças, de livros como "A descoberta do terceiro olho" (Vera Stanley Alder), "A Tradição do Yoga” (Georg Feuerstein) e de nossas prórprias inpressões e conclusões sobre o assunto. E de Isabel Batista em http://devaneiosdeumamulher.blogspot.com.

Um comentário:

Obrigado pelo comentário.

Assim que possivel estarei dando retorno, se for o caso.

Abraço.

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