sábado, 27 de fevereiro de 2010

A busca

Eu sei que você está aí!
Sei que você está aguardando pela resposta.
A resposta está diante dos seus olhos.
Você é a resposta!



A Busca
 
O fogo da inquisição me consumiu.
Estou ardendo de prazer.
Por muito tempo busquei a companhia de pessoas indesejáveis.
Agora sou eu mesmo o meu melhor amigo.
Andei por sítios sagrados
Peregrino caminhei, aqui e ali, em busca da Amada.
Quanta energia gasta!
Nos livros encontrei respostas
que jamais me preencheram.
Viajei mundo afora, correndo atras do próprio rabo;
Tentando morder meus próprios dentes.
Quanta energia gasta!
Longe, muito longe, essa busca me levou.
Permaneci o tempo todo fora, distante de mim mesmo.
Agora estou ardendo de prazer!
Essa época passou! O pesadelo se foi.
Retornei ao lar. Contemplei minha própria face.
Desvendei o segredo. Era tão óbvio!
Estive cego - a busca me cegou.
Mas enfim estou contente, satisfeito...
Nada mais me interessa. Nada mais restou.

Rasul

"Eros e Psiquê" - Fernando Pessoa

 

 

sábado, 20 de fevereiro de 2010

O valor das coisas

 
  

Parábola do Poço de Alcatrão

 
Parábola:

Imagine-se a si mesmo, junto com muitos outros Seres Humanos, num poço de alcatrão. Todos estão cobertos de alcatrão da cabeça aos pés, incapazes de se moverem rapidamente de um sítio para outro devido à espessura do alcatrão.

À medida que se desloca penosamente de um lugar para outro, vai-se habituando a esta situação e, ano após ano, vive a sua vida deste modo, juntamente com outros. Semelhante à gravidade do planeta, o estorvo do alcatrão é simplesmente aceito, é uma realidade para todos.

Este é o estado em que você imagina que está.
Mas, de repente, mas discretamente, você recebe um presente de Deus. Trata-se de uma ferramenta "mágica" que limpa o seu corpo e o mantêm limpo, ainda que continue no alcatrão! Como um campo energético, repele o alcatrão à medida que você avança através dele.

Você aceita o presente e o trabalho que o  acompanha, e começa a aprender a usá-lo. Como resultado, você vai mudando lentamente. Começa a destacar-se dos outros, porque é diferente: é fresco e limpo enquanto eles se movem à sua volta, ainda no escuro alcatrão. Então, começa a dar-se conta de como você mesmo co-criou esta situação para si, mas também se apercebe que se trata de um presente muito pessoal. Portanto, não faz comentários acerca do assunto.

Mas, acaso acredita que quem o rodeia não vai reparar que você se movimenta livremente, sem que o alcatrão lhe toque ou lhe impeça a passagem?
Não. Eles verão como o alcatrão toca o seu corpo, mas não o suja! O que acha que irá acontecer? Ah! Repare! Eles estão prestes a mudar!

A primeira coisa que ocorrerá é que vá você onde for, sempre haverá espaço, porque o abrem para si; a segunda coisa que ocorrerá é que lhe perguntam: “Como é possível algo assim?”. E, quando descobrirem a "ferramenta mágica de Deus", cada um deles começará a usá-la, também, por si mesmo, e cada vez haverá mais Humanos "limpos"; cada pessoa estará criando para si mesma, tal como você fez.

Enquanto continua a levar a sua vida caladamente durante um certo período de tempo, repare no está a acontecer àqueles que o rodeiam. Mais de metade deles, estarão “limpos” e sem o estorvo do alcatrão! Pare e pense no que realmente sucedeu. Você não apregoou a sua dádiva nem pediu a ninguém para se transformar; no entanto, transformaram-se. É assim que o trabalho de um só ajuda muitos!

Dizemos-vos, queridos, que, quando vocês se transformam, passam a ser o ponto de partida da mudança daqueles que vos rodeiam. Os Humanos não podem ficar indiferentes quando vêem paz e amor emanando de vocês. É conciliador e está cheio de amor, simultaneamente. Como um imã entre outros imãs, a vossa nova polaridade afetará, mais tarde ou mais cedo, o alinhamento de todos os que vos rodeiam. E a sua existência nunca mais será a mesma.
  

Extraido do Livro de Kryon

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Aquários

  
Parábola:
 
Imaginem um pequeno aquário (feito de vidro espelhado por dentro) encerrado dentro de um outro aquário, maior. Os peixes que estão no aquário maior podem ver o que acontece dentro do aquário menor, mas o peixes que estão no aquário menor não podem ver além dele. O aquário menor é a única realidade desses seres. Imagine que o aquário maior contém água salgada e anêmonas, caranguejos e todas as espécies de peixes extraordinários. O aquário menor contém água doce e peixinhos dourados.

O vidro do aquário menor está ficando cada vez mais fino. Pequenas quantidades de água salgada estão se infiltrando por suas paredes e os peixinhos dourados são forçados a desenvolver-se muito rapidamente para poder adaptar-se a essa mudança ambiental. À medida que as paredes se tornam mais finas, os peixinhos dourados começam a perceber vagamente os seres do aquário maior. Alguns peixinhos dourados encaram os outros peixes como inimigos e procuram a todo custo defender seu aquário de uma invasão iminente. Eles vêem nas anêmonas o Mal e acusam outros peixinhos dourados de serem “influenciados pela anêmonas”. Esses peixinhos dourados escondem o medo que sentem, criando um clima de terror à sua volta.

Alguns peixinhos dourados concluem que os peixes do aquário maior estiveram controlando o aquário deles o tempo todo. Eles consideram a si mesmos, e a todos os outos peixinhos dourados, pobres vítimas. Supõem que as criaturas que vivem do outro lado da parede de vidro os mantiveram no aquário menor com o propósito único de um dia devorá-los. À medida que as paredes do aquário menor se desfazem, eles se sentem cada vez mais aterrorizados.

Alguns dos peixinhos dourados vêem os peixes do outro lado das paredes de vidro como seres sagrados, superiores e todo-poderosos. Esses peixinhos abrem mão do seu poder interior e, confusos, oscilam entre o sentimento de terem sido especialmente eleitos e o sentimento de completa inutilidade. Procuram interpretar as mensagens ocultas de seus “mestres” e fundamentam suas ações e crenças nessas mensagens. Nadam de um lado para o outro no pequeno aquário, criando com isso muita agitação sem nenhum efeito duradouro.

Outros peixinhos dourados vêem os seres do aquário maior como irmãos e ficam maravilhados diante das variações milagrosas usadas pelo “Grande Peixe” para se expressar. Esses peixinhos dourados sabem que a evolução de sua espécie, a dissolução do aquário e até mesmo as reações de medo, o desespero e o sentimento de inutilidade dos outros peixinhos dourados fazem parte das barbatanas do “Peixe Grande”. Eles seguem o espírito do Grande Peixe em cada brânquia e em cada barbatana. Entram em êxtase enquanto se preparam para nadar em águas mais profundas.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Música

 
A música cria tal harmonia que até mesmo Deus começa a inclinar a cabeça dizendo sim para você. A música é numinosa... de repente, o céu começa a tocá-lo, você é assoberbado pelo além. E quando o além está mais perto de você, quando os passos do além são ouvidos, algo dentro de você aceita o desafio: torna-se silencioso, mais quieto, mais calmo, tranqüilo e recolhido.

Uma das maiores experiências da vida é quando a música o envolve, inunda-o, transborda em você e a meditação começa a crescer em seu interior. Quando a meditação e a música se encontram, Deus e o mundo se encontram, matéria e consciência se encontram. É a unio mystica – união mística.

Cantar é divino, uma das atividades mais divinas. Sua única competidora é a dança, é a única que a antecede. E por que cantar e dançar são atividades divinas? – Porque são as atividades nas quais você pode se perder totalmente. Você pode naufragar no canto, a ponto do cantor desaparecer, permanecendo apenas a canção. Ou o dançarino desaparecer, permanecendo apenas a dança. Este é o momento da metamorfose, da transfiguração: quando o cantor não está mais e existe apenas a canção. Quando a sua totalidade transformou-se numa canção ou numa dança, isto é oração.

Osho

Silêncio

 
"Eu cresço e amadureço pelo silêncio, por este silêncio pleno, interno. No qual eu não mais me permito encobrir algo com o corre-corre de minha vida. Ali se torna claro quem eu sou, de onde venho e para onde vou, quem posso ser e quem eu não quero ser mais. Nesse silêncio cai toda a artificialidade, eu me torno real – eu me torno aquele que sou.

Talvez temamos o silêncio por ser mais difícil escondernos nele e por ele tornar nossa insuficiência visível. Mas justamente aí é a encruzihada para o crescer. Aí sucede, muitas vezes, o romper para uma nova evidência.”

Ulrich Schaffer 
 

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